quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ela chorava internamente. Suas pálpebras continavam secas, mas por dentro se afogava em lágrimas. As ondas de suas próprias mágoas, tsunamis de melancolia, tentavam (em vão) derrobar sua canoa feita de equilíbrio e graça.
A dissimulação de seu sorriso parecia enganar aqueles a sua volta, mas não duraria muito tempo. Ninguém percebia, mas cantarolava versos tristes de uma linda canção deprimente que sempre significava desmotivação.
O céu, lá fora, era cinza. Um cinza claro, não exatamente chuvoso. Parte daquele céu era de um azul tão característico que seu nome era "azul celeste", e não havia outra descrição senão esta. Ela olhava para o alto, direcionava seu ingênuo olhar para aquele pedaço do paraíso que o céu era considerado. Revisava em sua mente o que poderia ter feito de errado, por que sempre fazia isso?
A voz de sua consciência disse uma palavra: medo. Medo de não ser suficiente, medo da tristeza, medo da solidão. Medo de perdê-lo. Medo de passar por aquela praça e lembrar de como foi descobrir mais uma vez seu gosto, medo de não poder escutar a música triste de novo.
Esperava uma simples demonstração de afeto, uma palavra que provasse que seus sonhos continuavam realidade. Enquanto remoía-se por dentro, observando seu corpo encher cada vez mais de trevas e uma tristeza infinita, eis que recebe um simples beijo. Percebe então que o amor está nas pequenas mensagens, nos mínimos detalhes. Na maneira como ele pega sua mão e sorri, na maneira como ele percebe cada coisa diferente.
O amor não é chuva de pétalas e jantares à luz de velas. \amor é um anel de diamantes seguido de um ataque de cócegas. E promessas. Juras de amor e confissões de apaixonados, promessas...

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