quarta-feira, 29 de julho de 2009

when the sun goes down


O submundo é a real elite de uma cidade. A vida que levam os poderosos magnatas não se compara às liberdades dos seres que vagam por cenários cinza-escuros como ratos de esgoto.
Desaparecem, reaparecem, mancham a vida de vermelho. Vermelho de batom borrado, vermelho de sangue, vermelho de olhos de madrugadas viradas. Muitas madrugadas.
O silêncio da noite lhes é extremamente cativante, ou apenas não têm opção. Eis que então vagam, trazendo duras sequelas (não em seus corpos ou em suas mentes, mas na íris de seus olhos).
Como em um filme monocromático, neuroticamente lento e absolutamente triste. Um choro devasso, mas calado, estrelas que foram jogadas na sarjeta.
Escuta-se um riso abafado, um movimento bruto e também delicado, as curvas de mulher jogadas quase nuas ao frio da noite.
Elas não se vão nunca, e vivem nas ruas, estragando-se à madrugada, inverno, verão, outono, primavera... O desespero aparente a cada dia, levadas de um lado para o outro pelo vento gelado ou carros (vultos negros). Manchando as cidades de vermelho, mas livres para manchar onde desejarem.
Para onde vão? Para onde irão? Onde estarão? Da onde vêm? Da noite, noite... madrugada cinza e vermelha, desnecessariamente livre.

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